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sábado, 7 de maio de 2011

Como funciona o Aeromóvel?

Para quem ainda não conhece, o Aeromóvel é um projeto do brasileiro Oskar Coester, muito bem elaborado e pensado. Daqueles que fazem a gente pensar: "Como não pensei nisso antes?!"



O Projeto é bem simples. Os detalhes do funcionamento, onde existe e o projeto em sí como um todo, você verá aqui, no Interessanti!

O Aeromóvel é um projeto bastante interessante que consiste no mesmo princípio de um barco a vela. O vento empurra a vela que está presa no barco, fazendo todo o conjunto se mover. Isso é apenas o princípio, o funcionamento é algo bem mais elaborado que você irá entender agora.

Tudo começa nos trilhos, não somente a parte por onde as rodas irão deslizar, mas também a parte em baixo dos trilhos, incluindo os suportes. As estruturas que estão abaixo dos trilhos são vazadas durante toda a extensão do trajeto se tornando dutos para circulação de ar. Melhor dizendo, o ar é injetado dentro dos dutos e direcionado por eles, simulando o efeito das velas nos barcos.


A única forma possível de se injetar esse ar dentro desses tubos é por meio de turbinas que irão puxar o ar atmosférico e injetá-lo dentro dos dutos. Veja na imagem abaixo uma turbina acoplada a um motor elétrico. Mais ao fundo é possível ver o duto que parte da rua e termina na turbina que direciona o ar para esse duto que está mais a frente, quadrado e bem maior que faz uma curva para cima. Ou seja, o trabalho de empurrar o ar para um duto já foi feito e com poluição zero através de um motor elétrico.



A seguir o ar é direcionado para dentro do tubo principal, por onde irá correr todo o trajeto abaixo dos trilhos. A seguir vou explicar qual o segredo para o trem poder andar. Veja na imagem o duto principal que fica abaixo dos trilhos. Ele é dotado de direcionadores de ar e sensores, tornando possível todo o sistema funcionar automatizado, apenas com controladores em uma central remota.



Após o ar estar direcionado em um duto principal, é onde acontece todo o segredo da coisa. O trem, que não possui sistema de motorização, apenas sistemas de freios, possui uma "vela" que fica abaixo dos trilhos, dentro do duto principal, e é presa ao truque do trem. Quando o ar em alta velocidade passa pelo duto, a vela é fortemente empurrada e o trem começa a se locomover. Na verdade não chega a ser um trem, pois esse meio de propulsão ainda não é forte o suficiente para mover mais de 3 carros com 12 metros cada, o que torna o sistema um forte candidato a solução de problemas de cidades pequenas com trânsito caótico.


Para vedar o duto do resto da atmosfera, foram instaladas borrachas projetadas para isso. Elas têm uma abertura no meio, formando então duas fileiras de borracha por onde o eixo da vela passará no meio delas, tornando possível a conexão da vela com os carros.


Todo o sistema de direcionamento do ar no interior dos dutos é computadorizado. Tudo é automatizado e pré programado. Quando um carro chega na estação, direcionadores de ar isolam o duto cerca de 50 metros antes e 50 metros depois da estação. O trem fica imóvel até que suas portas estejam fechadas. A partir daí o trem libera os freios a disco hidráulicos, que são usados numa emergência e para ter uma parada mais precisa. Depois os direcionadores abrem para o duto da estação e o vento começa a empurrar o trem numa aceleração de aproximadamente 1 m/s².

Depois que a estação estiver liberada, o trem que se encontra antes dela começa a andar, dessa forma o sistema evita acidentes e descarrilamentos, mas se por algum motivo um dos trem parar no meio do trecho, pela própria lei da física a colisão poderá ser evitada, pois a medida que os trens forem se aproximando, o ar entre as velas do que está parado e as velas do trem que está em movimento vai se pressurizando, até chegar ao ponto máximo de compressão e o trem em movimento irá parar completamente.

No decorrer dos trechos podem haver mais motores e turbinas para direcionar o ar nos dutos e mantê-lo pressurizado, para que o trem possa chegar aos 80 Km/h e se manter nessa velocidade. Todo o trajeto é monitorado por sensores. Não existe condutor nos trens, apenas controladores em centrais remotas. Quando o trem se aproxima da estação, cerca de 150 metros antes, ele entra em um seguimento em que o vento está a baixa velocidade no duto, "segurando" a aceleração do trem. Quando ele está a 50 metros da estação a aceleração é cortada e o trem segue somente no embalo. Ao chegar na estação, no ponto de parada, sensores determinam o momento exato em que os freios serão automaticamente acionados para parada total precisa do trem. Depois de parado as portas se abrem por um tempo determinado, suficiente para embarque e desembarque das estações, e todo o ciclo se reinicia.

As estações, os trilhos, os dutos, tudo sempre foi planejado para ficar elevado a 5 metros de altura por suportes de 1 m². Alguns deles, principalmente os mais próximos a estações fazem a transição do ar que vem das turbinas para o duto principal abaixo dos trilhos.

 Importante ressaltar que o local onde ficam as
turbinas e os motores se encontrará no 
subterrâneo, abaixo do suporte.

Atualmente 2 projetos foram concluídos e 1 deles está operando em Jacarta, na Indonésia. O outro que está inativo é em Porto Alegre, no Brasil. Mas finalmente este projeto teve o reconhecimento que precisava ter, e agora foi firmado um acordo com a Trensurb para fazer uma linha de 952 metros que irá interligar a estação de metrô até o aeroporto Salgado Filho, no tempo de 90 segundos. A velocidade média é de 40 Km/h, podendo ser maior a velocidade máxima de até 60 Km/h, pois para realizar os cálculos de velocidade média não é levado em conta o tempo que o veículo leva para acelerar.

Finalmente o mundo está abrindo os olhos e começou pelo Brasil, esse sistema merece ainda mais reconhecimento pois suas fontes de propulsão são limpas, utilizando motores elétricos. O trem é totalmente automatizado, desde a abertura das portas até a parada final precisa determinada por sensores na estação e executada por freios a disco hidráulicos. A redução de velocidade no entanto é feita de forma pneumática, reduzindo a velocidade do ar dentro do duto e assim segurando o veículo.

Espero ansioso projetos como este ao longo do Brasil todo. Porto Alegre saiu na frente, ainda há uma longa estrada mas com certeza, diante do quadro em que o petróleo se encontra, acabando como vilão do aquecimento Global, esse sistema futuramente será muito mais priorizado. Parabéns a Oskar Coester, projetista e construtor do Aeromóvel.

Abraços Pessoal, aguardo comentários.

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